segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Nazismo e HItler - II - Nascimento e Juventude

Nascimento de Hitler

O pai de Hitler, Alois Schicklgruber, já estava em seu segundo casamento, quando sua esposa Klara Polzl deu à luz (luz ou trevas ?) ao sexto filho de Alois, Adolf Hitler, no dia 20/04/1889, em Vraunau am Inn. O primeiro filho de Schicklgruber era chamado Alois Hitler Jr., era ilegítimo, e depois teve o nome alterado para William Patrick Hitler.

E, volta de seu nascimento existiram estranhos presságios. Seus três irmãos mais velhos, filhos de Klara Pozlz, morreram na infância (2 anos de idade ou alguns dias como no caso do terceiro filho de Klara). O irmão seguinte, Edmund Hitler, morreu aos seis anos, e somente Paula Hitler viveu mais tempo (54 anos).

Em 1895, o pai de HItler, já aposentado, comprou uma pequena fazenda em Lambach, próximo de um monastério Beneditino, onde o próprio Adolf cantou no coro desta Igreja.

Infância e adolescência

Segundo informações coletadas em sua cidade natal e nas vilas pelas quais passou (1), Adolf era um garoto vivaz, ativo, e capaz, mas cujos presentes eram poucos devido à sua incapacidade para trabalhos e tarefas regulares. Esta característica se repetiria em outras situações. Ele tinha forte tendência à preguiça, combinada com uma natureza obstinada e, portanto, inclinada às suas próprias vontades. No tópico gramática, seus históricos apontam boas notas. Era apaixonado por trabalhos que envolviam estética.

Seus pais o enviaram à Realschule (escola secundária), em Linz. No entanto, Adolf foi um total fracasso. Repetiu duas vezes um mesmo ano. Com frequência, seus boletins vinham com a nota 4 (quatro, insatisfatório). As boas notas vinham em conduta, desenho e ginástica. Seu boletim de setembro de 1905 (16 anos) veio com a classificação insatisfatório em Alemão, matemática e estenografia. Mesmo em história e geografia, suas preferidas, não teve bom desempenho. Como as más notas se generalizaram, ele abandonou a escola. Nesta escola ele não fez amigos.

O sentimento predominante em Adolf, tanto pela sua origem humilde (filho de um funcionário do estado de terceira ou quarta classe) quanto pelo seu desempenho escolar, acrescido pelo fato de viver em Linz entre filhos de acadêmicos, comerciantes e pessoas de qualidade, era o de uma pessoa humilhada. A humilhação pode produzir pessoas de caráter forte, de alta resistência ou, por outro lado, indivíduos traumatizados, amargurados e mentalmente perturbados, caso de nosso personagem..

E como forma de resistência à esta humilhação, ele tentava fazer, em torno de si, uma aura de nobreza, se expressando como pessoa de fino trato, ao se referir aos colegas como "Sie", ao invés do coloquial "du". Em português seria como tratar os outros de "tu" ao invés do popular "você" ou mesmo "cê". Ou seja, Hitler assumia uma postura pedante frente aos colegas, razão pela qual não conseguia fazer amigos na escola.

Para explicar seu mau desempenho na escola, Hitler criou a fantasia de que tirava notas baixas para desafiar o pai Alois. Este "conflito" criado na imaginação de Hitler se destinava a dar aos outros a noção de que tinha uma força interior, puro devaneio. Na realidade, seu pai demonstrava muito pouco interesse na carreira de Hitler.

Como criança, Hitler brincava normalmente com vizinhos da mesma idade, sob proteção da mãe, que classificava de doce e amável. Suas brincadeiras envolviam o cenário de cowboys e índios, vindos das histórias do americano Fenimore Cooper, através de seu imitador alemão Karl May. Interessante, já na época a Europa era influenciada por valores americanos. Seu personagem preferido era um "cowboy alemão" criado por Karl May. Estas histórias tiveram ampla circulação e fama na Alemanha e na Áustria nos anos de 1890 a 1960.

A opressão

No entanto, com a aposentadoria do pai em 1895 (Hitler tinha 6 anos), este começou a ficar mais presente, e a tolher a liberdade de Adolf. Alois Hitler começou a insistir no respeito e disciplina, numa tentativa de "dourar" seu orgulho mostrando que tinha filhos obedientes.

E em 1905, deu-se um fato determinante nas relações familiares. Um homem aposentado, acostumado a trabalhar, orgulhoso de sua ocupação anterior, vivendo em um Império que tinha por tradição beber com avidez, experimentou seu primeiro gole de vinho na taverna Wiesinger em Leonding (Áustria). Extranhamente, Alois Hitler morreu em um quarto anexo à taverna. Esta é a versão de Joachim Fest. Em novo levantamento, John Toland (Biografia definitiva de Hitler) diz que Alois foi visitar Gasthaus Stiefler e passou mal. A morte foi diagnosticada como hemorragia pulmonar. O que importa é que morreu.

Sua mãe, após esta morte do pai, tentou introduzir Hitler na carreira de servidor civil, a mesma de Alois, seu pai, sem êxito. A razão fica clara pelos traços de personalidade de Hitler. Mais tarde, em relação aos alemães, ele tentaria impor o mesmo autoritarismo que seu pai impôs a ele. Ou seja, Hitler, o homem que queria seguir sua própria vontade, submeteria os alemães a uma disciplina que nem mesmo ele conseguira praticar. É o comportamento contraditório dos homens com defeitos de formação de caráter.

Um trauma em especial

Como todo adolescente, Hitler manifestou, em certa época, o desejo de sair de casa. O pai, opressor, de sangue prussiano, ficou sabendo de sua intenção, e lacrou a janela do quarto de Adolf. Este tentou forçar a janela. Não conseguindo passar pela fresta aberta, tirou as roupas para que elas não agarrassem na abertura. Mas ouviu os passos do pai na escada. Para esconder sua nudez, se cobriu com um pano. Ao invés de punir o filho, o perverso pai chamou sua irmã Paula, para mostrar o irmão ridiculamente coberto.

Isto feriu Adolf profundamente por anos, pois ocorreu em uma idade em que os jovens apresentam uma susceptibilidade muito grande ao ridículo, à exposição de sua aparência.

Ser um artista

Tendo deixado a escola, Hitler resolveu se dedicar inteiramente à arte. Queria ser um pintor. Uma vizinha ocasional da família descreveu o modo como o jovem Adolf de repente começava a desenhar durante as refeições, de forma obsessiva. Seus rascunhos retratavam pilares, arcos e edificações. Esta era apenas uma das suas expressões maníacas. Uma outra era a música. O restante das manifestações mundanas era esquecido por ele. Declarou que não se ocuparia de atividades citadinas para prover sua subsistência.

Não devemos esquecer a forma como Hitler ordenou a desapropriação das obras de arte, primeiramente dois judeus, e depois de qualquer um que tivesse uma coleção privada de arte, trabalho levado a termo pela Gestapo. Pois bem, o total de obras de arte chegou a 7000 peças, posteriormente encontradas na mina de sal de Altaussee. As obras escaparam, por muito pouco, de serem enterradas para sempre, não fosse a unidade especial americana dos "Monument |Men".

Hitler pretendia construir o maior museu do mundo, mais uma das expressões megalômanas de sua mente doentia.

Vida de Playboy

Após a morte do pai, sua mãe mudou a família para um apartamento em Linz. E nele Adolf, com 16 anos, estabeleceu uma vida de ócio, graças à pensão deixada pelo pai, funcionário do estado, para a mãe. Agora, sem a opressão paterna, podia assumir uma vida de lazer, que lhe daria a aparência de estar bem de vida, coisa que tinha alta conta em sua mente. Parecer um burguês. Frequentava o teatro local, o clube de música, e se tornou membro da biblioteca de Linz pela Associação para Educação Popular. Pessoas que o conheceram em Linz disseram que andava sempre vestido com extremo cuidado. Andava com uma vara de marfim negro à moda dos estudantes universitários, para se parecer com um deles.

Ou seja, Adolf Hitler se apresentava exatamente com aquilo que não era na realidade, característica dos sonhadores e também dos sociopatas. Em seu mundo interior ele vivia a ilusão de ser um grande gênio.

Reconstruindo a cidade de Linz

Incapaz de arrumar uma ocupação profissional regular, ele constantemente tentava achar novas ocupações, novas manias. Já convencido de que era um grande artista, ele rascunhava novas formas arquitetônicas para os teatros, mansões e museus da cidade de Linz, onde morava, e até para a ponte sobre o Danúbio, projeto que pode concretizar 32 anos depois, quando chanceler ou ditador, com base nestes desenhos.

Chegou a ter aulas de piano, mas as abandonou. Frequentemente comprava bilhetes de loteria, e se colocava a imaginar objetivamente de planos mentais, como se já tivesse ganho no sorteio. Imaginava-se morando o terceiro andar de uma mansão às margens do rio Danúbio. Gastava semanas decidindo a decoração que ordenaria que fosse feita nesta casa nas nuvens, escolhendo mobília e tecidos de revestimento. Imaginava-se sendo servido por um mordomo elegante e recebendo convidados em um local muito iluminado. No entanto, quando conferia o resultado, e este não era o de um contemplado, tinha um acesso de fúria, denunciando a credulidade humana, a organização das loterias do estado e o próprio governo, por permitir que o cidadão fosse enganado.

Pode-se observar que Hitler era uma pessoa que vivia somente para si mesmo. Excetuando a mãe e August Kubizek, seu vizinho, que lhe servia de audiência, nenhuma outra alma ocupava a cena durante os anos mais importantes de sua vida de adolescente. Este viveu até 1956, na Áustria, e pode dar importantes informações da vida de Adolf Hitler. Seu livro "The young Hitler (o jovem Hitler)" foi editado em 1955, antes de August morrer.

Amor platônico

Hitler revelou interesse em uma moça que viu passando ao longo dor rio Schmiedtoreck, de nome Stefanie, pela qual manteve interesse durante anos. A jovem era judia, e ele ainda não havia desenvolvido sentimentos anti-semitas, ainda, Ele nunca se aproximou da moça, pelo fato de que queria proteger sua relação imaginária da realidade. Tal comportamento era perfeitamente consistente com o mundo de fantasias que estava acostumado a construir em torno de si mesmo.

Link

Com esta segunda parte, pretendemos mostrar mais aspectos da juventude de Hitler, para construir um quadro psicológico que revele coerência com seu modo de ser, base para o seu futuro modo de agir.


sábado, 29 de setembro de 2018

Nazismo e HItler - I - Origens

O título desta matéria, já aviso, não faz jus e nem tudo introduz em relação ao conteúdo que será aqui apresentado.

Contexto

O Contexto é o Império Austro-Húngaro. Muitos conhecem o Império Assírio, o Egípcio, o Romano, mas certamente já se esqueceram do Império Austro-húngaro. Para maior compreensão, nos dias de hoje, é melhor mostrar um mapa:


Se quiser entender a Europa de hoje, sem ter que consultar toda a linha histórica desde a Idade Média, com as devidas restrições, pode-se apoiar na História desde o Império Austro-Húngaro. A partir do seu estudo, será possível entender:


  • Nacionalismo Europeu;
  • Xenofobia e Racismo;
  • Primeira Guerra Mundial;
  • Hitler;
  • Segunda Guerra Mundial;


Colocando de forma bem simples, este Império de que falamos foi estabelecido em 1867. Para termos uma referência de tempo, Belo Horizonte foi fundada em 1896. Vivíamos em uma República nascente, e a Europa estava mergulhada na Monarquia, Mas não nos jactemos, porque após a Segunda-Guerra a Europa cresceu em ritmo acelerado, consolidando suas fronteiras políticas, aperfeiçoando suas instituições e industrializando-se com eficiência.

Povo estranho esse povo europeu. Tiveram que experimentar o pior dos piores.

Os Habsburgos

Na história sempre acharemos famílias politicamente influentes, estejam ou não seus membros sentados em tronos. A história do Império Austro-Húngaro, bem como da Espanha e dos Países Baixos, encontra sua origem nesta família.

Sem tecer muitos detalhes, o Império de "dupla sede" assim foi definido para preservar a boa convivência dos membros da família. Os acordos que hoje se faz entre partidos políticos se assemelham aos acordos que se fazia dentro de uma mesma dinastia, para divisão de poder, mantendo todos os membros satisfeitos o tanto possível.

Como "duplo Império" tinha duas capitais: Viena e Budapeste. O Imperador era um só: Francisco José I. Era uma monarquia parlamentarista. O primeiro ministro era Gyulia Andrassy.

Fenômenos Internos

Vamos nos ater apenas aos fatores que determinaram o ambiente que proporcionou a Primeira e Segunda Guerras, centrando em Hitler como o pivot da Segunda Guerra e do Nazismo, nossos objetivos.

 A capital, por excelência, do Império Austro-Húngaro era Viena. Cidade cosmopolita, com suas edificações impressionantes, com suas Casas de Ópera e com sua intensa atividade cultural. Nesta abordagem, ocorre em nós um estranhamento. A língua falada neste império podia ser o alemão ou o húngaro. Não causa estranhamento isto em nós ? Onde ficava o Império Alemão neste contexto ?

Império Alemão

A unificação de estados, ducados e principados alemães no que se chamou Império Alemão foi obra de Otto von Bismarck, em 1871, portanto 4 anos depois da fundação do Império Austro-Húngaro. A história de ambos os impérios mencionados vai se fundir, mediante a intervenção de Hitler.

Os dois impérios são como "retalhos de tecido", Hitler é a agulha, e a linha foi a ideologia Nazista. Vejamos como tudo se deu, acompanhando "o Agulha".

Hitler

Até os anos 1980, a história tinha ênfase nos grandes personagens e suas realizações. Então, sob influência ideológica para fragmentar e confundir fatos de épocas bem identificadas, a história passou a abordar, primordialmente, os eventos históricos, como se fossem autônomos, sob influência do materialismo dialético e materialismo histórico.

Temos que abrir os olhos do estudante e do estudioso para algo muito importante. Contextos sócio-econômicos podem se manter durante anos e até séculos. Sem UMA PESSOA VISIONÁRIA E DECIDIDA, eles continuarão em uma inércia histórica indefinidamente. A abordagem histórica por personagens é a correta. Sem James Watt e sua determinação em produzir a máquina a vapor para gerar movimento, não estaríamos aqui, redigindo ou lendo este texto em um computador. A roda d'água reinou soberana por anos, sem que ninguém se dignasse, durante estes anos, a produzir algo mais eficiente. Para eles ESTAVA TUDO MUITO BOM. Este é o espelho da inércia humana. Se estiver bom, assim permanece.

A Alemanha suportou durante anos, apesar de proprietária de uma das culturas mais ricas da Europa, a hegemonia do Império Austro-húngaro, que a relegava a papel secundário. E isto começou ater fim com a chegada deste misto de artista medíocre, visionário, "bon vivant" e orador incendiário.

Formação do caráter e personalidade

Um caráter se forma ou se deforma conforme as interpretações que o próprio indivíduo dá às suas experiências, aos fatos que presencia no ambiente familiar quando novo (principalmente, no intervalo de idade que vai até os 20 anos, em média). E as experiências vividas durante a adolescência são de vital importância. O lugar onde nasce, os lugares por onde passa, a relação com a mãe, com o pai, com irmãos e colegas complementa este quadro, em segundo nível. As ideologias e doutrinas pelas quais se interessa complementam o quadro em terceiro nível.

As experiências podem provocar frustrações ou aprendizagens positivas e negativas, conforme a natureza sensorial do indivíduo, moldando suas interpretações. Toda experiência deve, em um indivíduo sadio, gerar "uma CÓPIA" das regras de que o mundo se utiliza para promover a ordem social em um período da história, em um contexto geográfico.

As experiências de Hitler produziram, conforme vamos comprovar neste trabalho, interpretações errôneas dentro do seu ser, que o levaram a destruir a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

Hitler se enfurecia vigorosamente quando, em conversas com seus próximos, indagava-se qualquer coisa sobre o seu passado (1). Este é um aspecto muito importante, pois as pessoas tem o passado como base de construção de suas vidas, referência para comparação com fatos das vidas das pessoas próximas, como amigos e colegas. No relacionamento com os seus pares e com os subordinados, ele guardava uma distância e preservava sua privacidade. Ele passou vários anos em uma casa para homens (algo parecido com uma pensão masculina), e as pessoas que ali estiveram nos mesmos anos que ele dificilmente se lembravam dele ou de seus hábitos. Ele se movia entre eles como um estranho, fazendo o máximo para passar despercebido.

E agora uma característica controversa em alguém que se tornou politicamente conhecido ao extremo. No início de sua carreira política, ele fazia questão de que nenhuma figura ou foto dele fosse publicada. Fazia isto para manter uma atmosfera de mistério em torno de sua figura. Desta forma, o interesse em sua figura cresceria grandemente. Hoje, políticos iniciantes, sem nenhuma substância interna, fazem questão de terem seus retratos amplamente divulgados, na busca pelo "voto de aparência".

Algo mais grave ele fez, ainda em torno de seu passado. Ele falsificou a ocupação profissional de seu pai, de "oficial de costumes" para oficial postal. Ele também repelia a aproximação de qualquer de seus parentes. E foi ao extremo para eliminar testemunhas de seu passado. Proibiu  Jorg Lanz von Liebenfels, a quem devia alguns princípios de filosofia racista, de publicar seus escritos. Com este ato pretendia impedir que o "conhecido" revelasse que tinha Hitler entre seus discípulos.Mandou matar o amigo dos tempos da "casa para homens", Reinhold Hanisch .  Hitler não queria ser tomado como discípulo de ninguém, para fazer parecer que tinha desenvolvido suas próprias ideias, como fazem os medíocres, e nem deixar testemunhas de seu passado íntimo.

As pessoas com uma personalidade bem resolvida justamente torcem para que o máximo de testemunhas de seus tempos de jovem sobrevivam, como se fossem um arquivo vivo de provas de suas memórias. Isto se comprova na satisfação dos bem resolvidos de encontrar amigos e colegas dos tempos de jovem, com os quais contam histórias divertidas de seu passado.

Origem do Nome

Investigando a origem de seu nome, estamos investigando igualmente a origem da sua família. Os nomes primitivos de que derivou o nome Hitler são tchecos:

Hidlar or Hidlarček

Apenas por este fato pode-se imaginar o porquê de Hitler resguardar as fontes de suas origens. Ter raízes tchecas poderia fazê-lo alvo de menosprezo em relação a uma origem Austríaca ou Alemã.

E como explicar um nome tcheco em um garoto austríaco ?

Hitler nasceu em uma área rural, Waldviertel, a noroeste de Viena, mais ou menos próximo da fronteira com a antiga Tchecoslovaquia. Hoje diríamos apenas República Tcheca. Sua família tinha sangue Morávio nas veias. A Morávia ficava ao sudeste da República Tcheca, com o status de um protetorado da Morávia e Boêmia, no tempo da segunda guerra mundial. A região ainda é conhecida por este nome. Portanto, a origem da família é, indubitavelmente, tcheca.

Ainda sobre o nome, foi seu pai, Alois Schicklgruber que deu aos filhos este sobrenome em homenagem ao avô, que pode ser Johanm Nepomuk Hiedler ou Johann Georg Hiedler (2). Ainda existe uma terceira hipótese, mas que seu pai esconderia a qualquer custo, fora do assunto nome, para candidato a avô de Hitler: um judeu de nome Frankenberger ou Frankenreither. Conforme pesquisas de  Ian Kershaw (Historiador Inglês especializado em Alemanha Nazi), não havia família judia com Frankenberger como sobrenome em Graz, cidade pretendida para a origem do avô paterno de Hitler.

Em 1939, o ministro do Reich, Hans Frank, foi incumbido de levantar as origens de Hitler. Resumindo o que ele encontrou temos uma senhora de nome Maria Anna Schiklgruber trabalhando na casa de uma família judia de sobrenome Frankenberger. Esta fica grávida, e o pai de um rapaz de 19 anos, seu filho mais velho, começa a dar pensão para esta senhora. Esta família e a avó de Hitler mantiveram correspondência durante anos.

Então ficamos com o depoimento de uma pessoa que viveu em tempo mais próximo e em contexto geográfico próprio, Hans Franken, em contraposição ao de um historiador inglês, mais recente, e que não vivia na Alemanha da época. Mesmo sendo historiador e conceituado, o inglês Kershaw se ateve à pesquisa de nomes de famílias em Graz ou Gratz. E segundo os conceitos da historiografia, o registro mais próximo ao período estudado é o mais válido. Portanto, ficamos com o registro de Hans Frank. Acrescente-se o fato de ter confirmado isto horas antes de sua morte. Dizem que tê-lo-ia feito para, de certa forma, culpar os judeus pelo seu próprio extermínio, hipótese, no mínimo, doentia.

Em História precisamos tomar cuidado com o historicismo de escritório, onde a opinião de um especialista pode estar muito distante da realidade. Título universitário nem sempre é carimbo de fidelidade.

Link

A origem de Hitler encerra esta parte de nosso estudo.













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(1) - Hitler, Joachim Fest. (Cap I)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Estudo da Historia

Você possui a sua identidade pesssoal, expressa em sua personalidade. Mas todos nós temos uma identidade relacionada à nação em que vivemos.

O estudo da história é difícil de se justificar quando o indivíduo não percebe que ele não é sozinho, mas vive com seus semelhantes. Nossas crenças, e a explicação do porquê tanto os costumes quanto os meios tecnológicos estão disponíveis para nós, do jeito que se apresentam está na história.

É um impulso natural do homem registrar os fatos e eventos à sua volta, como se fosse uma ansiedade de marcar que esteve vivo em determinada época, e também para explicar às gerações vindouras porque e como moldou a sociedade e o espaço da maneira que fez.

Uma das preocupações de uma pessoa é deixar registrado na terra que realmente passou por aqui. Quem não o quer ? Quem não almeja a fama, o sucesso ? Artistas, quando deixam de estar em evidência, enveredam pelo caminho das drogas e do álcool, pois não querem ser esquecidos. O maior exemplo é os dos faraós do Egito: construíram pirâmides para marcar sua passagem pela terra, para que estas lhes servissem de túmulos para o pós vida.

Por isto, estude história, e não diga que ela é uma chatice.